Um
caldeirão de cultura temperou a noite de quem compareceu ao SESC Niterói no
último dia 30 de março. Na primeira
edição de 2012, o evento Giro Musical, produzido pelo Paiol Cultural e
realizado pelo SESC, reuniu oito atrações que foram do jongo ao funk, passando
pela música clássica, MPB, samba, canto coral, Hip Hop e música
eletrônica.
A miscelânea
de estilos musicais do Giro teve o objetivo de abrir espaço para que novos
talentos da música e dança de Niterói e arredores divulgassem os seus
trabalhos. A ideia deu certo. Apesar da
greve dos ônibus que atingiu a cidade no mês de março, o evento reuniu cerca de
cem pessoas que circularam pelo hall e teatro do SESC, ao longo das três horas
de apresentações.
Cyntia
Rangel foi quem conduziu toda essa festa com muita poesia e leveza. A estreante
no campo da mediação de eventos culturais ressaltou a importância de estar à
frente do Giro Musical.
“A
experiência valeu muito pelo conhecimento e diálogo com artistas que certamente
representam a nova safra da cultura brasileira. Isso faz do Paiol Cultural (organizador do Giro Musical) um
instrumento de vanguarda para muitos que ali se apresentaram. Foi ótimo fazer
parte disso!” disse Cyntia.
Por
falar em cultura brasileira, a oficina ministrada pelo grupo de jongo CEABIR
(Centro de Estudos Afro Brasileiro Ironides Rodrigues) contagiou o público
presente. As pessoas deixaram a timidez
de lado para seguir o rufar dos tambores e os passos dos jongueiros, que
fizeram o cortejo do hall até o teatro, onde ocorreu a maior parte das
apresentações.
Pelo
palco do teatro SESC passaram sete atrações, entre elas estavam a cantora e compositora
Laura Zandonadi, que está prestes a lançar o seu primeiro CD autoral; o
funkeiro e militante pelo movimento Funk é Cultura, Mano Teko; o grupo TRICORD,
que misturou a música clássica com a performance eletrônica da DJ Tata Ogan; o
Coral Oficina, que há 15 anos populariza o canto coral pela cidade de São
Gonçalo; a banda ANATHA com o repertório de samba e o Hip Hop ficou por conta
do grupo de dança Blue Stars.
A
criação de um espaço onde artistas de diferentes frentes culturais possam
dialogar foi considerado o ponto alto do Giro Musical pelo vice-presidente da
Apafunk, Mano Teko.
“É
importantíssimo ter lugares que possamos debater sobre cultura. O Giro Musical conseguiu
juntar no mesmo espaço o erudito com a ‘M+PB’. Acho essa troca importante,
quebram-se preconceitos. Como funkeiro, digo que é legal ocupar espaços
considerados até então elitizados.”
O primeiro
passo do Giro Musical 2012 foi dado. De acordo com a organização do evento, a
equipe do Paiol Cultural e o SESC Niterói, espera-se aprimorar os próximos
Giros Musicais para que a proposta de democratização cultural seja cada vez
mais uma realidade para a população metropolitana do estado do Rio.